Como funciona a diálise peritoneal?
Postado em: 05/09/2022
A disfunção renal pode ser aguda (temporária) ou crônica (permanente) e é um tipo de doença grave e relativamente frequente.
Segundo dados da Sociedade Brasileira de Nefrologia, a prevalência da doença renal crônica no mundo é de 7,2% para indivíduos acima de 30 anos e 28% a 46% em indivíduos acima de 64 anos. No Brasil, a estimativa é de que mais de dez milhões de pessoas tenham a doença. Desses, 90 mil estão em diálise (um processo de estímulo artificial da função dos rins, geralmente quando os órgãos têm 10% de funcionamento), número que cresceu mais de 100% nos últimos dez anos.
Entretanto, existem tratamentos para a disfunção renal, como diálise peritoneal. Você já ouviu falar desse tratamento?
Ao longo deste artigo vamos abordar o que é e como funciona esse método, além de outros detalhes. Confira!
O que é diálise peritoneal?
A diálise peritoneal é uma terapia substitutiva para tratamento da disfunção renal, seja ela crônica ou aguda.
Em outras palavras, a diálise peritoneal faz o trabalho dos rins, quando eles perdem as suas funções.
Para a realização do tratamento, o paciente acometido pela disfunção renal é submetido, em primeiro lugar, a uma pequena cirurgia.
Essa cirurgia serve para abrir uma incisão no abdômen da pessoa, bem próximo ao umbigo.
Através dessa incisão é colocado o cateter que será usado no tratamento. Depois de 10 dias, no mínimo, a diálise propriamente dita pode começar.
O cateter inserido atravessa a chamada cavidade peritoneal, que é o espaço entre os órgãos do abdômen, recoberto pela membrana chamada peritônio. Daí vem o nome diálise peritoneal.
A solução de diálise é infundida e permanece por um determinado tempo na cavidade peritoneal, e depois drenada. A solução entra em contato com o sangue e isso permite que as substâncias que estão acumuladas no sangue como ureia, creatinina e potássio sejam removidas, bem como o excesso de líquido que não está sendo eliminado pelo rim.
Os diferentes tipos de diálise peritoneal
Atualmente existem dois tipos de diálise peritoneal. São eles:
Diálise Peritoneal Ambulatorial Contínua (DPAC)
Esse é o tipo mais comum de diálise peritoneal, que atende principalmente pacientes crônicos.
Realizada diariamente e de forma manual pelo paciente e/ou familiar. Geralmente 4 trocas ao dia (manhã, almoço, tarde, noite), sendo que o tempo de troca leva aproximadamente 30 minutos. No período entre as trocas, o paciente fica livre das bolsas.
De toda forma, essa modalidade do tratamento tem caráter contínuo e necessita de supervisão médica.
Diálise Peritoneal Automática (DPA)
A Diálise Peritoneal Automática é feita com a ajuda de uma máquina, diferente da DPAC.
Entretanto, a cerne do tratamento é exatamente a mesma da DPAC e tanto pacientes crônicos quanto agudos podem utilizá-lo.
A vantagem da DPA é que o paciente pode realizá-la enquanto dorme, já que é feita por uma máquina. Isso traz mais liberdade e qualidade de vida.
Quando esse tipo de tratamento é indicado?
Terapias renais substitutivas, como a diálise peritoneal, só são indicadas para portadores de insuficiência renal, seja ela aguda ou crônica.
Apenas um médico nefrologista, que é o especialista em rins, pode determinar a necessidade, ou não, com base em investigações clínicas e laboratoriais.
É possível parar o tratamento?
Quem faz diálise peritoneal por causa de uma disfunção renal crônica, só pode parar o tratamento mediante o transplante renal.
Já no caso dos portadores de disfunção renal aguda, existe a chance de que os rins retomam as suas funções.
Existe algum risco relacionado à diálise peritoneal?
Assim como todo tratamento para disfunção renal, existem alguns pequenos riscos relacionados à diálise peritoneal.
Esses riscos se referem a infecções que podem acontecer devido à entrada de bactérias no abdômen e os efeitos colaterais do tratamento.
Todavia, com o devido acompanhamento de um nefrologista responsável, esses efeitos adversos podem ser driblados com facilidade.
Inclusive, a Clínica Ânima possui uma equipe de nefrologistas especializados em tratamentos como a diálise peritoneal.
Portanto, se você, algum ente querido ou amigo vier a precisar de uma intervenção do tipo, não perca tempo e comece o tratamento agendando uma consulta.