Fobia: você tem medo de quê?
Postado em: 03/04/2023
O que é uma Fobia? De acordo com o Manual Diagnóstico e Estatístico de Transtornos Mentais (DSM-V) entendemos como fobia um medo específico e irracional, ou seja, além das perspectivas reais de perigo daquele objeto que causa tal medo que pode ser um animal, uma situação e/ou um próprio objeto inanimado.
Existem vários tipos de fobias específicas: a animais, ambiente natural, sangue-injeção-ferimentos, situacional e outros” (AMERICAN PSYCHIATRIC ASSOCIATION et al. Conforme o DSM-5: Manual diagnóstico e estatístico de transtornos mentais (Artmed Editora, 2014, p. 233-234).
A palavra fobia entra como uma representação patológica do que seria a superestimação do perigo real que este medo a um objeto ou evento específico (para ser caracterizado fobia precisa ser em relação a algo específico) pode ou não acompanhar as manifestações fisiológicas mais comum a quem tem a experiência, a emoção do medo em graus elevados como sudorese, tremores, paralisia, gritos, etc.
Os indivíduos com fobia específica são apreensivos, ansiosos ou se esquivam de objetos ou situações que lembram o ocorrido e podem até causar o trauma. Medo, ansiedade ou esquiva é quase sempre imediatamente induzido pela situação fóbica, até um ponto em que é persistente e fora de proporção em relação ao risco real que se apresenta.
Alguns exemplos de fobias específicas:
- Aracnofobia: aranha, de forma real ou imaginada;
- Acrofobia: de altura; de lugares altos, de muros, sacadas;
- Agorafobia: de espaços abertos;
- Shows, concertos, multidões em geral;
- Claustrofobia: de lugares fechados/trancados: elevadores, túneis, etc.;
- Hematofobia: de ter contato ou de apenas ver sangue ou vestígios.
Na mitologia grega, Fobias (Phobos) e seu pai Ares em uma carruagem retratados em Ânfora de aproximadamente 500 anos A.C. O que une Ares a Vênus é o medo e o terror na Terra. Phobos e Deimos eram os gêmeos, que nasceram da junção do amor, da sensualidade e da beleza de Afrodite (Vênus na versão Romana) em contato com a Guerra, as Armas e os Conflitos de Ares (Marte, na versão Romana).
Vale ressaltar que Afrodite era casada com Hefesto, tratando-se, portanto, também de uma traição. Bons filhos que eram entre seus desejos e aspirações encontrava-se à vontade de sempre acompanhar o pai em suas Guerras.
Desta forma, não haveria Guerra em que o Medo (Phobos) e o Terror (Deimos) não acompanhassem os homens. Em seu papel de Daímon, alguma parte própria natureza humana se manifestava através deles. Se essas divindades não existiram na realidade com certeza existiram através da força que seu mito tinha para permear o discurso dos guerreiros. Passam a existir no corpo de cada soldado e de cada general através daquilo que este sente como sua aparição é inerente à Guerra.
E não haverá Guerra alguma sem medo ou terror. Mas haveria menos ainda a existência de qualquer um dos dois se até o maior dos guerreiros não precisasse de amor. Então a paixão (pathos) que transita entre o amor e a guerra deu a luz ao medo e ao terror dos seres humanos.
Concluindo, a palavra Fobia, em sua raiz grega, deriva deste Deus ou demônio (daímon) que era Phobos, a personificação do medo. Curiosamente, derivando do grego Phobos, o daímon que representava o medo, a nomenclatura deste Transtorno Mental parece ter sido escolhida de forma que também acompanhasse, em partes, a narrativa do mito.
Na Psicanálise o caso mais famoso de fobia foi retratado por Freud, o caso do Pequeno Hans e sua fobia de cavalos.
No cinema de David Cronenberg e seu filme eXistenZ (1999) provoca medo com tantas criaturas ‘não existentes’ na tela. Uma respeitada designer de vídeo games é vítima de uma intensa perseguição por fanáticos religiosos, que querem assassiná-la a qualquer custo. O filme apresenta filosofia, metafísica, política e ficção-científica, que se fundem neste filme.
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Dra. Rosângela Canassa
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