O que é fibromialgia?
Postado em: 25/02/2022
Fibromialgia (FM) é uma doença reumatológica que afeta a musculatura causando dor. Por ser uma síndrome, essa dor está associada a outros sintomas, como fadiga, alterações do sono, distúrbios intestinais, depressão e ansiedade. Acomete 2% da população mundial e é mais frequente em mulheres.
De cada 10 pacientes com fibromialgia, sete a nove são mulheres. Não se sabe a razão porque isto acontece. Não parece haver uma relação com hormônios, pois a fibromialgia afeta as mulheres tanto antes quanto depois da menopausa.
A idade de aparecimento da fibromialgia é geralmente entre os 30 e 60 anos. Porém, existem casos em pessoas mais velhas e também em crianças e adolescentes.
O que causa fibromialgia?
Não existe ainda uma causa única conhecida para a fibromialgia, mas já temos algumas pistas porque as pessoas têm esta síndrome.
Os estudos mais recentes mostram que os pacientes com fibromialgia apresentam uma sensibilidade maior à dor do que pessoas sem fibromialgia.
Na verdade, seria como se o cérebro das pessoas com fibromialgia estivesse com um “termostato” ou um “botão de volume” desregulado, que ativasse todo o sistema nervoso para fazer a pessoa sentir mais dor.
Desta maneira, nervos, medula e cérebro fazem que qualquer estímulo doloroso seja aumentado de intensidade.
O que não mais se discute é se a dor do paciente é real ou não. Hoje, com técnicas de pesquisa que permitem ver o cérebro em funcionamento em tempo real, descobriu-se que pacientes com FM realmente estão sentindo a dor que referem. Mas é uma dor diferente, onde não há lesão na periferia do corpo, e mesmo assim a pessoa sente dor.
Toda dor é um alarme de incêndio no corpo – ela indica onde devemos ir para apagá-lo. Na fibromialgia é diferente – não há fogo nenhum, esse alarme dispara sem necessidade e precisa ser novamente “regulado”.
Como se faz o diagnóstico?
O diagnóstico é baseado principalmente na presença de dor generalizada por um período de pelo menos três meses.
Na prática clínica, deve-se suspeitar de fibromialgia em pacientes com dor multifocal não totalmente explicada por lesão ou inflamação. Na maioria dos casos, a dor musculoesquelética é a característica mais proeminente. Como as vias da dor em todo o corpo são amplificadas, a dor pode ocorrer em qualquer lugar.
O diagnóstico de fibromialgia requer um histórico de um conjunto de sintomas que definem o distúrbio. O diagnóstico é feito se os sintomas relatados pelo paciente atenderem a critérios predefinidos e se uma doença somática que explique suficientemente os sintomas for excluída.
Atualmente, não há teste laboratorial ou biomarcador específico disponível para o diagnóstico de fibromialgia.
Os familiares de pessoas com fibromialgia apresentam maior incidência de dor crônica. Comparados com parentes de indivíduos sem fibromialgia, os parentes de primeiro grau de pacientes com fibromialgia são mais propensos a ter fibromialgia e outros estados de dor crônica.
Associação com depressão
A prevalência ao longo da vida de transtornos depressivos em pacientes com fibromialgia varia entre 40% e 80%, dependendo dos instrumentos e critérios de diagnóstico utilizados.
A associação de fibromialgia e distúrbios depressivos pode ser explicada pela sobreposição de sintomas (insônia, sono superficial e fadiga crônica) e mecanismos biológicos compartilhados (por exemplo, genes) e psicológicos (como adversidades na infância).
Tratamento
Para que o tratamento da fibromialgia seja bem sucedido é imprescindível que o paciente compreenda melhor sua doença.
Em muitas ocasiões é necessário que se esclareçam as dúvidas não só do paciente, mas também de seus familiares, para que o compreendam melhor e possam dar-lhe o apoio necessário, pois frequentemente a veracidade dos sintomas é questionada pelos familiares e pessoas próximas ao paciente
O tratamento da fibromialgia é realizado através do emprego de medicamentos e de outras medidas não medicamentosas.
Todo indivíduo acometido pela fibromialgia obrigatoriamente deve praticar alguma modalidade de atividade física. Em geral, o paciente tem a liberdade de escolher aquela na qual se ajusta melhor.
A preferência deve ser dada a atividades aeróbicas, como andar e nadar, mas a hidroginástica, alongamento ou fortalecimento muscular deve ser apoiado pois algum benefício com estas modalidades de atividade física também é observado.
Os remédios para o tratamento da fibromialgia normalmente são os antidepressivos, como a amitriptilina ou duloxetina; relaxantes musculares, como a ciclobenzaprina; e neuromoduladores, como a gabapentina, por exemplo, prescritos pelo médico.
Além disso, terapias complementares, como meditação, psicoterapia e acupuntura podem auxiliar no tratamento e ajudar a controlar os sintomas.
O tratamento da fibromialgia é individualizado e baseado exclusivamente nos sintomas, por isso, é importante consultar um reumatologista ou médico especialista em dor para avaliar, diagnosticar e indicar o melhor tratamento.