O que é lombalgia?
Postado em: 04/04/2022
A lombalgia é a dor que ocorre na região lombar inferior. Esse tipo de dor é um problema extremamente comum, sendo a segunda causa de consultas médicas gerais.
Entre 65% a 80% da população mundial desenvolve dor na coluna em alguma etapa de suas vidas, mas na maioria dos casos há resolução espontânea. Mais de 50% dos pacientes melhora após 1 semana; 90% após 8 semanas; e apenas 5% continuam apresentando os sintomas por mais de 6 meses ou apresentam alguma incapacidade.
Aguda X Crônica
A lombalgia pode ser classificada como aguda (duração menor que 3 semanas), subaguda ou crônica (duração maior que 3 meses).
A lombalgia aguda acontece por lesão repentina, sendo geralmente uma dor intensa que aparece após um esforço físico ou um movimento inadequado. Felizmente, esse tipo de lombalgia, na maioria dos casos, costuma ir embora sozinha dentro duas a quatro semanas.
Já a lombalgia crônica pode acometer pessoas de todas as idades – embora seja mais frequente a partir da quarta década de vida – e se apresenta com dor moderada a intensa, de duração superior a três meses e com importante incapacidade física.
Alguns dos diagnósticos comuns para esse tipo de dor incluem síndrome dolorosa miofascial, hérnia de disco, degeneração do disco, distensão muscular, estenose da medula espinhal, compressão por fratura devido à osteoporose, lombociatalgia (por radiculopatia) e artrites (osteoartrose ou artrite reumatoide, por exemplo).
Como é feito o diagnóstico
O médico tem papel fundamental no diagnóstico e necessita sobretudo de uma história detalhada da dor, fatores associados e um exame físico meticuloso para um correto diagnóstico.
Via de regra, ele é clínico. Exames de imagem em geral não são solicitados em lombalgias agudas, apenas nos casos em que são observados alguns sinais de alerta como febre, perda de peso, déficit neurológico, idade acima de 50 anos e trauma. Quando há persistência da dor por mais 4-6 semanas os exames devem ser solicitados.
O raio x simples geralmente é o primeiro exame. Outros exames incluem tomografia computadorizada, a ressonância magnética e a mielografia, todos com indicação criteriosa e embasada em hipótese diagnóstica.
Achados anormais em um exame de imagem não necessariamente explicam a causa da dor, ou seja, pessoas sem qualquer sintoma podem apresentar em exames alterações estruturais na coluna que talvez nunca causarão dor ou outros sintomas assim como pessoas com sintomas de dor podem apresentar exames absolutamente normais.
Portanto, os exames de imagem sempre devem ser analisados caso a caso e correlacionados com as manifestações de cada pessoa individualmente.
Quais os fatores de risco
Os fatores de risco podem ser individuais como idade, sexo (as mulheres são acometidas com maior frequência), excesso de peso, alterações osteomusculares (escoliose, lordose, cifose), fraqueza e desequilíbrios musculares, condições sócio-econômicas, sedentarismo e doenças associadas.
Em relação ao trabalho, podemos citar as posturas incorretas adotadas em decorrência de distorções no ambiente e na organização do trabalho; ofícios que envolvam carregamento de carga; tarefas que acarretam excesso de flexão e/ou rotação do tronco. Importante também para o surgimento de lombalgias e outras doenças do aparelho locomotor, as longas jornadas de trabalho sem pausas e o estresse laboral.
Tratamento da Lombalgia
O objetivo inicial do tratamento é o alívio da dor. O repouso, embora recomendado na fase aguda, deve limitar-se a um curto período uma vez que seu prolongamento retarda a recuperação e favorece a cronificação do processo, sobretudo por facilitar a perda de força muscular.
Uma boa notícia é que a grande maioria das lombalgias respondem bem a um tratamento conservador (não cirúrgico), aliando algumas técnicas como:
- Exercícios posturais
- Alongamentos
- Medicamentos analgésicos e anti-inflamatórios (orais ou tópicos)
- Correntes elétricas transcutâneas (TENS)
- Bolsas de água quente
- Infiltrações na coluna (com medicamentos anestésicos ou corticoides)
- Acupuntura
- Tratamento por ondas de choque
Apenas 1 a 2 % dos pacientes necessitam de cirurgia. A necessidade da mudança de hábitos de vida, seja em relação à atividade física, vícios posturais ou atitude passiva em relação à dor deve sempre ser orientada.
O tratamento da lombalgia será mais eficiente se for voltado ao paciente e não à sua lesão ou ao seu exame.
Como prevenir a dor lombar
Embora não seja possível evitar por completo a lombalgia, podemos adotar diversas atitudes que reduzem o seu impacto no dia-a-dia:
- Fazer exercício combinando treino cardiovascular (caminhada, corrida, bicicleta) com reforço da musculatura postural e alongamentos;
- Evite carregar peso excessivo;
- Dieta equilibrada e variada, controlando o peso;
- Postura correta, em pé, sentado ou ao levantar objetos;
- Evite colchões moles demais: o ideal é que ele não ceda muito durante a noite, ou seja, que não se deforme demais quando você se deita;
- No trabalho evitar ficar muito tempo sentado ou em pé na mesma posição, a cada hora fazer pequenos exercícios de mobilização e relaxamento muscular.