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Tuberculose do trato urinário: Sintomas, diagnóstico e tratamento

Postado em: 14/11/2023

A tuberculose, causada pelo bacilo de Koch, afeta inicialmente os pulmões e pode atingir outros órgãos. Sua transmissão ocorre por gotículas de saliva expelidas no ar. Muitas pessoas não desenvolvem a forma ativa da doença, mas em períodos de baixa imunidade, as bactérias podem se multiplicar.

Esse cenário pode resultar no surgimento de formas extrapulmonares, como tuberculose do trato urinário, conhecida também como tuberculose urogenital, sendo duas vezes mais comum em homens, além de afetar pessoas em situações vulneráveis, como profissionais de saúde. Importante destacar que esses casos não são contagiosos: a transmissão ocorre somente na presença ativa da tuberculose pulmonar.

Tuberculose do trato urinário: Sintomas, diagnóstico e tratamento

Sintomas

No aparelho urinário, o rim é o primeiro órgão a ser afetado, geralmente sem sinais visíveis nessa fase inicial. Os sintomas surgem quando o bacilo de Koch, presente no rim, alcança a bexiga, causando desconforto ao urinar semelhante ao de uma cistite comum.

A tuberculose do trato urinário pode provocar a destruição dos rins e a diminuição da capacidade da bexiga, levando a micções frequentes ao longo do dia e da noite, com a eliminação de pequenas quantidades de urina, acompanhadas de dor intensa. 

Os principais sinais incluem:

A falta de tratamento pode causar deformidades graves no sistema urinário e/ou genital. Devido ao atraso no diagnóstico, comum nas manifestações clínicas iniciais que podem levar entre 5 a 30 anos para se manifestarem, sequelas graves, incluindo insuficiência renal, podem se desenvolver se a condição não for tratada a tempo.

Desvendando a complexidade da tuberculose do trato urinário

A tuberculose urogenital apresenta desafios significativos, inicialmente atingindo os rins e, em casos graves, pode levar à destruição completa, estendendo-se até a bexiga e provocando sintomas urinários intensos, como aumento da frequência miccional. Além disso, seu impacto se estende a outros sistemas, incluindo o aparelho genital, afetando a próstata e os epidídimos (órgãos localizados acima dos testículos).

No caso das mulheres, a tuberculose do trato urinário não se limita ao aparelho urinário, costuma afetar trompas, endométrio e ovários. Isso pode resultar em desafios adicionais, como infertilidade, doença inflamatória pélvica, amenorreia ou aumento do fluxo menstrual, demandando diagnóstico precoce e tratamento especializado.

Como é feito o diagnóstico?

A tuberculose urogenital apresenta desafios no diagnóstico, pois, ao contrário das secreções da tuberculose pulmonar, em que a densidade dos bacilos de Koch é alta, na amostra de urina, ela é baixa. Portanto, a identificação da doença depende de outros elementos.

O diagnóstico é realizado isolando a bactéria Mycobacterium tuberculosis na cultura de urina. Em alguns casos, a urografia intravenosa (UIV), também conhecida como pielografia intravenosa, um exame de imagem geniturinário, pode auxiliar na avaliação. Outros métodos indiretos possíveis incluem o PCR e o teste ELISA (Imunoenzimático).

Tratamento: recuperação e cuidados

Como uma infecção, a tuberculose do trato urinário pode ser totalmente curada com o tratamento adequado, que exige, no mínimo, seis meses de uso diário de medicamentos específicos. Abandonar o tratamento antes do prazo recomendado pode resultar na permanência da doença, muitas vezes com bacilos mais resistentes.

O tratamento da tuberculose urogenital segue um protocolo semelhante ao da forma pulmonar. Recomenda-se, para pacientes acima de dez anos, um esquema com quatro medicamentos na fase intensiva, mantidos por dois meses. Na fase de manutenção, dois medicamentos são necessários ao longo de mais quatro meses.

O acompanhamento posterior é crucial. A realização de ultrassonografia renal, a cada seis meses durante dois anos, é necessária para verificar se não houve progressão das lesões para obstrução intra-renal e ureteral.

Mesmo sendo uma condição pouco comum, a tuberculose urogenital deve ser considerada diante de sintomas urinários crônicos, especialmente se houver histórico de infecção pulmonar. Se notar qualquer alteração nos hábitos urinários ou nas características da urina, procure um nefrologista para avaliação e tratamento.

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